domingo, 21 de março de 2010

Depois que eu acordei...

Hoje eu acordei, peguei minha bicicleta no corredor, arrumei a corrente no raio que estava solta, e isso irrita, pois sempre meto a mão sem luva, sujando coma aquela graxa seca, que parece que nunca mais vai sair do dedo... Peguei o pneu e apertei primeiro o de traz, murcho, fui ao da frente, mas vazio ainda... Minha bomba é ruim, simplesmente não enche! Mas mantive o norte de sair em um belo passeio, era 07h15min da manhã, o sol acordando, Paquetá estava calmo hoje cedo, tinham umas garças dando rasantes no mar, senhores indo pegar sua barca ao trabalho, crianças com sua mãe e avós levando a molecada à escola, eu segui até o borracheiro, seu Zé cobra bem barato pra encher os pneus, segui radiante dali, levava uma sacola bem amarrada com umas laranjas, meu chaveiro canivete, um sanduiche e duas garrafas de água, estava disposto a não parar de pedalar, ficar indo pra lá e pra cá, e assim foi meus primeiros minutos, quando passo em frente à estação das barcas, desce uma família, normal, pois nosso bairro é sempre um bom lugar no dia de folga, mas tinha algo diferente, uma menina, uma mulher, devia ter mais de 20 anos, mas nada muito a mais, uma casal que deveriam ser seus pais, e um garoto que devia ter seus 16 e outro de uns 13, os meninos falavam alto, estavam curtindo, os pais conversavam felizes e ela olhava de cabeça baixa, ainda como se o sol incomodasse um pouco, olhando e conhecendo, a mulher mais linda que eu tinha visto, meu coração recebeu uma carga que gelou minha barriga, de repente num segundo era como se ficasse congelado, e parei de pedalar, quase caí. O que deveria se seu irmão mais velho percebeu, e eu copiosamente disfarcei parado embaixo do Flamboyant Vermelho, ela me viu e naquele momento que ela me olhava pareceria que o tempo girava mais devagar, cada passo dela, o piscar, o sol, o Vermelho das flores do Flamboyant, a barca, tudo diminuiu a velocidade naquele instante, o amor havia acabado de chegar no meu coração, veio de barca e eu ainda não sabia o nome...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fora as tardes

Tem dias que a tristeza pega você, feito um raio no campo vasto com chuva que te derruba e quase não te deixa sair da cama, tem dias que o choro vem não como um sentimento, mas como um copo se enchendo de mais e qualquer gota faz chorar, como o beijo do filme, a tristeza da mãe que perdeu o filho, rasga a alma como o desejo sendo desdenhado, como o amor sendo banido, como a fome.

Tem dias que plainam doces e mornos, transparentes e frescos como o sabor de vento, o sono parece maior que ontem, não te deixa fazer nada, e nada é algo de fazer que cansa, você fita a sua ausência de ações e começa um seria sucessiva de planejamento, de projetos, mas tudo sendo montado com muita calma no pensar, o corpo pouca coisa produz, é mais absorção que nada.

Tem dias azedos, daqueles que se alguém te der bom dia é capaz de você cuspir na pessoa, dias em que o sol incomoda com seu calor horrendo, o frio lasca uma incomoda sensação que não te deixa sorrir, dias em que a comida tem gosto ruim, não tem prazer nem de matar a sede, dias azedos a amada te sorri e fica sozinha com o sorriso, dias azedos as pessoas que gostam de nós ficam tristes e as que não gostam nos mandam pra lugares impensáveis, ou são hipócritas.

Tem dias claros, dias em que suas atitudes marcaram sua história, sua faze na humanidade, dias em que você se sente parte descende da raça humana, tudo lhe convém, é o seu show, ninguém ousa te dar uma má notícia, a inveja não te liga nem manda recado, quem dirá observação inconvenientes, dias claros cigarras cantam no final da tarde avisando que haverá outro lindo dia, e eu provavelmente você nem lembrará no dia seguinte o quanto pleno o dia foi seu.

Tem dias que nada tem Há Ver... Fora as noites e madrugadas
                

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ilusão

Lembro de você como se um dia eu tivesse te tido na verdade
apaixonada me olhando aos meu braços

Lembro de você como quem viveu ao lado por toda vida
e de repente a vida é leva dos dois um, fazendo um vácuo que não se preenche

Lembro de você ao luar,
cantando meu sorriso feito a brisa
falando baixo, de baton encantando a paz da minha alegria

Lembro de você que nem era o que eu via
e por isso hoje nem consigo enxergar-te o que é
Lembro de você me olhando, de lado,
com um leve sorriso e o piscar mais generoso que conheci

Lembro de tanta coisa que nunca vivemos que nem sei se há ou hei de viver um dia
Lembro do campo, da estrada, da serra e do mar
Lembro de quando suamos, do frio que nos juntamos a acabar
Lembro de quando eu fitava seu corpo a imaginar meu paraíso
Lembro da lenha queimando no quarto
Lembro do gelo no copo a te acalmar

Do calor que hoje sinto e que eu não me deixava passar

Lembro de nunca esquecer o que me foi bom,
Lembro que o amor que eu tenho comigo ninguém fez

O amor que tenho comigo nunca existiu fora de mim
pois pra isso me movo, buscando a chama desse meu amor
E quem sabe em breve se torna brasa de paixão.